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sábado, 26 de maio de 2012

Cancro do rim

Esta semana, o tema escolhido incui-se na matéria do sistema urinário. Vamos sobre o cancro do rim!




O que é?

O cancro dos rins é uma neoplasia maligna que afeta as células dos túbulos renais, levando a um crescimento anárquico e desorganizado dessas células, com compromisso da função renal e, em casos avançados, invasão de outros órgãos distantes. Patologicamente, a maior parte dos cancros do rim são adenocarcinomas. O carcinoma de células de transição da pelvis renal é o segundo em frequência. Sarcomas e linfomas são raros.


Quem é mais atingido?

O cancro renal constitui 2% de todas as doenças malignas. A incidência aumentou lentamente durante a última década. Os homens são duas vezes mais afetados do que as mulheres. A doença é rara antes dos 40 anos de idade. A mais alta incidência encontra-se nos países ricos da Europa do Norte e América do Norte.


Quais são as causas?

A causa do cancro dos rins é desconhecida. No entanto, existem fatores associados a um risco aumentado de cancro renal: o tabaco (cigarros, charutos e cachimbo), uma história familiar de cancro do rim e a exposição ao thorotrast, um agente de contraste radiográfico usado no passado. Os fatores genéticos raramente têm um papel relevante, com excepção do síndroma de von Hippel-Lindau, que é uma doença hereditária rara, de transmissão autossómica dominante, caracterizada pela presença de hemangioblastomas do cerebelo e retina, e que tem uma incidência até 25% de cancro dos rins.


Com prevenir?

Não existe nenhum método de prevenção do cancro dos rins, já que as suas causas são desconhecidas. De igual modo, não existe nenhum método efetivo de diagnóstico precoce que seja barato, sensível e específico, e que possa ser facilmente aplicado a um grande número de indivíduos em risco.


 Como se manifesta?

O sintoma mais frequente é a hematúria (sangue na urina), e está presente em 50% dos doentes. Uma dor persistente e surda nos flancos, e a presença de uma massa abdominal palpável são, também, queixas frequentes. A perda de peso é outro sinal frequente, em 30% dos doentes. A tríada clássica de hematúria, dor no flanco e massa palpável ocorre apenas em 10-15% dos doentes. Em 10 a 25% dos casos, os sintomas representam doença metastática disseminada, envolvendo o fígado, pulmões, ossos ou cérebro. Em alguns casos, a doença é assintomática e é detetada ocasionalmente no decurso de um exame médico de rotina ou através da avaliação de hematúria microscópica. Os sinais mais frequentes no exame físico incluem uma massa palpável no flanco (50% dos casos), febre (20% dos casos), e palidez devido a uma anemia (40% dos doentes).


Qual é a evolução?

A sobrevivência depende do estado evolutivo da doença. Cerca de 30% dos doentes têm um tumor confinado aos rins. A resseção radical do rim afetado (nefrectomia) produz uma sobrevivência, ao fim de 5 anos, de 65-70%. Outros 30% apresentam-se com doença localmente avançada, mas não metastática. A taxa de sobrevivência desce para valores entre 20% e 50%. Finalmente, 25 a 33% dos doentes têm doença disseminada a outros órgãos distantes (doença metastática). O prognóstico é grave e a sobrevivência média é de apenas 6 meses. No entanto, em alguns doentes, o cancro tem um curso marcadamente indolente e, em certas séries, 10% dos doentes podem estar vivos, 5 anos após a deteção das metástases. Os sítios metastáticos mais frequentes são os gânglios linfáticos, pulmões, ossos, glândulas supra-renais, fígado, o rim oposto e o cérebro. Recorrências tardias, mais de 10 anos após a resseção cirúrgica primária, ocorrem em cerca de 10% dos doentes, sugerindo a presença de células tumorais de crescimento extremamente lento, ou a presença de fatores imunitários que são capazes de controlar a doença por longos períodos. Muito raramente, têm sido descritos alguns casos bem documentados de regressão espontânea do cancro do rim, sem tratamento, ou de regressão de lesões metastáticas após resseção do tumor primário. O mecanismo é desconhecido. Infelizmente, na grande maioria dos casos, a presença de metástases implica a progressão inexorável da doença, independentemente de intervenções terapêuticas ativas.


Como é feito o diagonóstico?

Um teste simples e económico para avaliação inicial de hematúria ou outros sintomas sugestivos é a pielografia endovenosa, que pode demonstrar uma massa renal ou distorção da silhueta renal. A tomografia axial computorizada - TAC -, a ultrasonografia ou a ressonância nuclear magnética são exames mais sensíveis que permitem uma melhor definição de anomalias renais. A confirmação definitiva, que se torna imperioso obter, consiste na remoção de um fragmento de tecido para exame histológico (biópsia ou peça cirúrgica).


Como tratar?

A única terapêutica curativa é a resseção cirúrgica completa de um cancro renal localizado, através de uma nefrectomia radical. Em geral, a presença de metástases em órgãos distantes contraindica a resseção cirúrgica do tumor primário. No entanto, ocasionalmente, consegue-se uma sobrevivência prolongada após nefrectomia e resseção cirúrgica de metástases solitárias, em doentes com um bom estado geral. Recorrências solitárias, muitos anos após uma nefrectomia, devem também ser removidas cirúrgicamente, o que pode assegurar um sobrevivência prolongada. A radioterapia tem um papel menor na cura desta doença. No entanto, é uma boa técnica paliativa que permite o alívio de sintomas, em casos de metástases ósseas ou cerebrais. A hormonoterapia e a quimioterapia não são eficazes nesta doença. As respostas são parciais, de curta duração e a taxa de sobrevivência não é afectada. Recentemente, terapêuticas biológicas têm sido investigadas, incluindo estudos com a Interleukina-2 (IL-2) e altas doses de Interferon alfa, com respostas, em regra, apenas parciais numa pequena percentagem de doentes. Devido a estes fracos resultados, aconselha-se a entrada de doentes com cancro do rim metastático em protocolos de investigação clínica, que permitem testar novas drogas. Todos os doentes com cancro dos rins devem ser referidos a Departamentos de Oncologia para avaliação e discussão da terapêutica óptima.




Reflexão: O cancro do rim é um problema muito grave! O facto de as causas serem desconhecidas, torna o tratamento e o diagonóstico mais complicados. Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, cuja função é filtrar o sangue e produzir urina. Este é um problema que não é muito comum, daí  todos os doentes diagnosticados com cancro do rim, devem ser referidos a Departamentos de Oncologia para que seja feita uma avaliação de cada caso. Apesar de as formas de tratamento serem reduzidas, os cientistas estão a trabalhar para descobrir e testar novas drogas. Não havendo formas de prevenção devido ao facto de a causa ser desconhecida, a única coisa que podemos fazer é ter atenção às suas manifestações.

sábado, 19 de maio de 2012

O comprimento do intestino delgado e a obesidade

 
   Esta semana, encontramos uma curiosidade que nunca tinhamos houvido falar! É algo completamente novo para nós daí querermos partilhar no blog. Trata-se de um estudo que relaciona o comprimento do intestino delgado com a obesidade.

  De fato, a experiência com pacientes com intestino curto, que perderam grande extensão de intestino, pelas mais diversas razões, comprovam que aproximadamente 70 cm de intestino delgado são suficientes para nutrição oral adequada, se uma parte do íleo for preservada e o cólon estiver presente. Desta forma, entre pessoas normais, que diferença faria ter 3 ou 8 metros de intestino se em qualquer caso a absorção de nutrientes é completa?

  Logo, não é que partes do intestino sejam indispensáveis, mas é essencial a presença de algumas partes importantes. Dentre elas, a presença da parte distal do intestino é fundamental pela produção, nesta, do hormônio GLP-1. O GLP-1 é um hormônio multifuncional que atua em várias funções da etapa final da digestão. Ele é secretado quando os nutrientes chegam à parte final ou distal do intestino.


Ações efetuadas sobre ele quando atinge a corrente sanguínea:

Estimula a produção e liberação de insulina no sangue;

Reduz a secreção de ácido clorídrico no estômago;

Diminui o fluxo de alimentos pelo piloro, do estômago para o duodeno;

Aumenta o volume do estômago sem que este aumento seja sentido;

Causa a saciedade ao chegar no sistema nervoso central;

Aumenta a sensibilidade a insulina.



O homem, quando faminto, o trânsito digestivo deve ser rápido o bastante para criar espaço para mais comida; entretanto, quando os nutrientes atingem o intestino distal, é momento de tornar mais lento o trânsito, ou então, os nutrientes são perdidos nas fezes.

Juntamente com a modernidade houve também a adaptação da dieta aos novos hábitos do homem, que ingerem alimentos de mais fácil absorção, sendo absorvido portanto logo no início do intestino, então se os nutrientes que deveriam estimular a secreção do intestino já foram absorvidos, a função principal do hormônio GLP-1 demorará a ser executada, e a sensação da saciedade irá demorar mais, levando a uma maior ingestão de alimentos.

Mas muitos anos após a realização de um by-pass jejuno-ileal (que envia nutrientes para o intestino distal através de um atalho), a secreção normal de GLP-1 é restabelecida. A chegada de nutrientes ao intestino distal tem fatores benéficos, um dos fatores seria a limitação da ingestão de alimentos porque faz a produção de hormônios intestinais que fornecem sinais ao pâncreas e ao cérebro, o outro fator seria porque a presença de nutrientes no íleo estimularia a secreção do GLP-2 que geram ácidos graxos de cadeia curta no cólon e acredita-se que estes dois podem proteger o colón contra o câncer. Então podemos dizer que a pobreza de nutrientes no intestino distal esta diretamente relacionado à obesidade que pode desencadear câncer de cólon.

 
Reflexão: Realmente nunca tínhamos ouvido falar nesta relação entre o comprimento do intestino delgado e a obesidade! Também não conhecíamos o hormônio GLP-1, que é produzido na parte distal do intestino, sendo uma parte fundamental pelas ações efetuados sobre o hormônio quando atinge a corrente sanguínea! Algo muito importante é o facto de a pobreza de nutrientes no intestino distal estar diretamente relacionado à obesidade que pode desencadear cancro de cólon. Por isso devemos ter uma alimentação bem nutrida.

sábado, 12 de maio de 2012

Sistema Digestivo - Paragem da digestão

 Começamos a estudar o sistema digestivo nas aulas! Daí decidirmos falar sobre algo que acontece muito, que são as paragens de digestão.


Primeiro, é importante saber qual é a função do sistema digestivo:
 O sistema ou aparelho digestivo tem a função de realizar a digestão, ou seja, de fraccionar os alimentos e desdobrar as moléculas de grandes dimensões (macromoléculas) existentes nos alimentos em moléculas simples e de pequeno tamanho. 

Porque se produz?

 Depois das refeições todo o fluxo sanguíneo redistribui e concentra-se à altura das vias digestivas deixando menor quantidade de sangue no resto do corpo. Se durante este processo se produz uma alteração brusca de temperatura no organismo o sangue que está no aparelho digestivo dirige-se para outros órgãos para contrastar esse efeito, o que pode provocar enjoos e outros sintomas que conhecemos como “paragens de digestão”.

 Os sintomas principais são: enjoos, arrepios, vómitos, náuseas, cãibras, suores frios, perda de conhecimento e descida de pressão arterial.

  A paragem de digestão pode-se produzir depois de uma refeição rica em gorduras, por uma imersão em água muito fria ou se ao realizar-se exercício físico intenso durante o processo da digestão. Também, depois de ter estado exposto ao sol ou de ter realizado desporto, se nos submergirmos debaixo de água pode ocorrer o mesmo já que a diferença de temperatura que existe entre a nossa pele e a água pode provocar o aparecimento dos mesmos sintomas.

Como devemos atuar?

Quando alguém sofre uma paragem de digestão é fundamental deitar a pessoas e levantar-lhe um pouco as pernas para tratar o enjoo ou a lipotimia e a baixa de tensão. Se posteriormente se produzem vómitos ou um quadro de diarreias durante umas horas o paciente terá de levar soro e fazer uma dieta líquida.
Definitivamente, o mais importante é o repouso, a hidratação e o aumento da tensão. Se a paragem de digestão não for grave trata-se apenas de uma hora e meia até a pessoa voltar à normalidade.

  No caso de se produzir uma paragem cardio-respiratória (o que acontece poucas vezes) devem-se realizar as manobras de reanimação pertinentes.


Prevenção:

Inicialmente é fundamental habituarmo-nos a repousar a comida uma média de duas a três horas antes de tomarmos banho. Uma vez passado esse tempo o melhor é entrarmos na água a pouco e pouco, acostumando o nosso corpo à nova temperatura da água, muito mais fria que nós.

 Também convém saber que um gelado ou um granizado, alimentos muito consumidos entre os mais pequenos, podem se muito refrescantes mas se são tomados depois de se realizar exercício são capazes de provocar uma paragem de digestão como consequência da diminuição da pressão sanguínea que tem lugar na região digestiva. 


Reflexão: As paragens da digestão acontecem frequentemente, principalmente no verão, quando as pessoas (principalmente as crianças e os jovens) ficam impacientes, para irem para a água. De certo que muitas pessoas já entraram na água sem terem terminado de fazer a digestão. Esta é uma atitude que pode levar a graves consequências! Como mais vale prevenir que remediar, é conveniente seguir uma série de regras para evitar as indigestões. Existem alimentos que favorecem a digestão, como o limão, o alho, as alcachofras e as plantas digestivas. À bem pouco tempo, ocorreu uma situação de um homem que se atirou para a água depois de ter almoçado, o que levou a uma paragem da digestão, e infelizmente à morte. Deixamos-te aqui um vídeo deste acidente que decorreu em Albufeira, na Barragem de Aguieira.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Porque é que os peixes conseguem e nós não ?

 Vamos falar sobre o facto de os peixes conseguirem respirar debaixo de água, ao contrário do ser humano!

Porque é que os peixes conseguem:

  Muita gente não sabe, mas aquele oxigénio que os peixes respiram na água não é o oxigénio da água. Ou seja, não é o oxigénio do H2O.  Os peixes e outros bichos respiram o oxigénio produzido que fica dissolvido na água. No nosso caso, para respirar o ar, usamos os pulmões. Mas na água,os nossos pulmões encheriam, e a respiração não aconteceria, conforme já foi explicado. Então os peixes usam outro órgão, as brânquias ou guelras. As brânquias são como um monte de fiapos, que quando estão na água, ficam abertos e conseguem deixar passar pelas suas paredes muito finas o oxigénio.

                                      

  O processo da respiração do peixe acontece da seguinte maneira: 

- Os peixes respiram absorvendo o oxigénio presente na água. Por isso, eles precisam de ficar continuamente a engolir a água dos rios ou do mar, que segue para as brânquias.

- Quando chega às brânquias (ou guelras), a água passa primeiro por pequenos cílios existentes no órgão, que servem para filtrar impurezas, como restos de alimento, areia e detritos.

- Em seguida, a água filtrada atravessa as guelras, que têm minúsculas estruturas formadas por filamentos e lamelas – lâminas muito finas e maleáveis.

- É nos filamentos e nas lamelas que ocorre a troca gasosa – que no corpo humano acontece nos alvéolos pulmonares. Ambos têm vasos muito finos, chamados capilares, por onde o sangue circula no sentido inverso ao da água, o que aumenta a eficiência da troca.

- Como a água concentra mais oxigénio (O2) e o sangue mais dióxido de carbono (CO2), há uma tendência de essas concentrações se equilibrarem – processo chamado de difusão. Então, o oxigénio da água atravessa as paredes permeáveis das lamelas e filamentos e entra na corrente sanguínea, enquanto o dióxido de carbono segue no sentido contrário.

- Enquanto o sangue leva o oxigénio para todo o organismo do peixe, a água carregando dióxido de carbono atravessa as brânquias e deixa o corpo pelas fendas branquiais (aberturas laterais próximas à cabeça do animal).


 E porque que nós não conseguimos?


Uma coisa interessante sobre os produtos químicos é que quando eles reagem entre si, formam compostos totalmente diferentes dos elementos originais. Por exemplo, se reagir carbono, hidrogénio e oxigénio pode obter a glicose (C6H12O6), se você reagir os mesmos elementos mas de maneira diferente pode obter o vinagre (C2H4O2), ou o etanol (C2H5OH). Glicose, vinagre e etanol, não são nada parecidos, mas são todos feitos a partir dos mesmo elementos.
No caso do hidrogénio e do oxigénio, se estes reagirem da maneira correta resulta a água liquida (H2O). A razão pela qual não podemos respirar água líquida é porque o oxigénio usado para fazer a água está ligado a dois átomos de hidrogénio, e não podemos respirar o líquido resultante. O oxigénio é inútil para os nossos pulmões na forma de água.
                                     
                                

Os seres humanos não conseguem respirar de baixo de água porque os nossos pulmões não têm área de superfície suficiente para absorverem o oxigénio da água, e a estrutura dos nossos pulmões está adaptada para lidar com o ar, e não com a água.

Fontes: 


Reflexão: Este é mais um tema que desperta muita curiosidade! Porque não conseguimos respirar debaixo de água? De certo que muitas pessoas já tiveram a curiosidade de saber  como seria se conseguíssemos respirar debaixo de água,  sendo até um sonho para alguns! Por isso, decidimos dar uma explicação, para esta questão! E concluímos que realmente os nossos pulmões não estão preparados para receber o oxigénio em estado líquido, ao contrário dos peixes, que devido às suas guelras, conseguem respirar o oxigénio presente na água.